Por: Beatriz V.
Zezé era um menino muito pobre. Seu pai estava desempregado e
sua mãe trabalhava numa fábrica. Ele tinha muitas irmãs e um irmão que se
chamava Luiz.
Zezé adorava a sua irmã Glória e Luiz. Glória protegia o irmão
Zezé.
Zezé adorava levar o seu irmão Luiz para as suas brincadeiras
imaginárias como por exemplo: imaginar que estavam na selva, onde haviam muitos
animais, ou que andavam de avião e etc.
Quando eles mudaram de residência cada filho escolheu uma
árvore. Zezé ficou com uma árvore pequena que era um pé de laranja lima. Zezé
deu o nome de “Minguinho” para a sua árvore. Ele conversava bastante com ela.
Ao chegar o Natal, seu pai não tinha dinheiro para comprar
presentes para todos os familiares e Zezé prometeu para Luiz que um dia, daria
um presente de Natal para ele. A criança
ouviu no rádio, que um caminhão com vários brinquedos e presentes, estaria na
praça naquela data especial. Porém quando os irmãos chegaram até o local
indicado, não haviam mais presentes e por isso Zezé ficou muito chateado por
seu irmão não ter ganhado nenhum presente do caminhão de brinquedos.
Todo dia o garoto trabalhava em frente a doceria engraxando
sapatos. O dono da doceria dava como pagamento, dinheiro ou doces. Foi nessa mesma doceria que Zezé viu um carro
muito bonito. Seus amigos o desafiaram a fazer morceguinho na traseira do carro
e Zezé aceitou. Minutos depois, um homem alto e barbudo apareceu e viu um
menino pendurado em seu carro. O tal homem era conhecido no bairro como o ““Português””.
O Portuga ficou muito bravo e bateu em Zezé. Todos os amigos ficaram rindo
dele. Quando ele chegou em casa, apanhou de seus pais e naquele dia, dormiu
embaixo de “Minguinho”.
Zezé era muito arteiro. Certo dia, ele foi roubar frutas no
quintal de sua vizinha. Quando ele percebeu que sua vizinha estava olhando,
desceu rapidamente da árvore e por isso caiu em um buraco e cortou o pé em um
caco de vidro.
Mesmo com o pé
machucado, ele foi mancando para a escola até que o “Portuga” parou o carro e
perguntou se ele queria uma carona.
Zezé respondeu:
_Mas nós somos inimigos. Todo mundo viu você me batendo.
_Entra logo no carro. Eu te deixo na escola!
O “Portuga” disse que iria levá-lo para a escola, mas o levou
para o hospital.
Os dois se tornaram
amigos e Zezé começou a frequentar a casa do “Portuga” todo os dias. Por isso
quis presentear o amigo com uma pipa. Enquanto fazia a pipa, sua irmã
cozinhava. Quando a comida ficou pronta, sua irmã lhe chamou para almoçar. Zezé
ignorou pois estava construindo a sua pipa e por esta razão, sua irmã lhe bateu
muito e rasgou a pipa. Glória falou para ela parar de bater.
Zezé apanhava muito. Certo dia ele chegou em casa com um
peixe na mão e cantou uma música para o pai. Seu pai não gostou e lhe bateu
muito.
O “Portuga” convidou ele para fazer um piquenique. Depois de
um mergulho ele pediu para o Zezé tirar a camisa e viu um monte de hematomas no
corpo de Zezé.
Zezé pediu para morar com o “Portuga”, porém o “Português” explicou
o motivo pela qual não poderiam morar juntos. Para alegrar Zezé, “Portuga” o deixou
fazer morceguinho em seu carro.
Um dia Zezé estava na escola, quando um colega de sala que estava
atrasado chegou dizendo que houve um acidente com um carro bonito da cidade. Um
trem batera de frente com o carro do “Português”.
Zezé foi até o local do acidente e desmaiou. Zezé foi levado para
o hospital e ficou vários dias em estado de choque por conta do trauma profundo.
Quando acordou, pegou a caneta que havia ganhado do seu
grande amigo e em sua homenagem, escreveu a sua própria história.
Quando Zezé ficou adulto, foi até o cemitério para deixar no
túmulo do “Portuga” uma primeira prévia do seu livro, que foi intitulado “Meu
pé de laranja lima”. Zezé usa a caneta
que ganhara do seu amigo, para fazer um bigode em sua foto.